quarta-feira, 4 de março de 2015

Por que devemos ler histórias de fantasia?


Desde que a humanidade levantou os olhos para ver além do mato alto, ela se deparou com desafios maravilhosos e assustadores. No início, a falta de comida, a escuridão e os predadores eram o motivo. O medo da fome, da dor, da morte e até o medo do desconhecido, daquilo que existiria além da própria morte, foram os motivadores das primeiras histórias.

Para preparar nossas crianças, os adultos tentavam explicar oralmente, através de histórias e atividades, todas as experiências que o grupo havia presenciado. Por exemplo, um membro do grupo que caísse em um buraco poderia se tornar o exemplo de como a terra engole os traidores. E o tigre que matou dois guerreiros durante uma caçada seria alçado ao nível de entidade sobrenatural, ou mesmo o símbolo protetor, o totem de uma nova “Tribo do Tigre”.

E assim, surgiriam mitos e lendas que seriam contados e recontados por gerações. Muitas dessas histórias se tornariam parte de uma cultura mística e religiosa até se transformar naquilo que chamamos de contos de fadas.

A tendência de passar o conhecimento persiste até hoje, mas ganhou uma roupagem diferente que visa alimentar a imaginação das crianças e estimular as suas fantasias enquanto o enredo responde e resume questões importantes da sociedade.

“Não grite lobo sem motivo. Um dia pode ser verdade mas ninguém acreditará em você!”

“Cuidado com o velho do saco, ele leva crianças que não se comportam”.

“E a princesa adormecida foi salva pelo príncipe. E eles viveram felizes para sempre”.

“Para capturar um Saci você precisa de uma peneira com o formato certo, bem naquele dia madorrento em que os rodamoinhos aparecerem. Tire o capuz e ele lhe concederá desejos”.

“Aquela é A Montanha? Perguntou Bilbo numa voz solene, olhando para ela com os olhos esbugalhados. Nunca vira algo que parecera tão grande. – Claro que não! – disse Balin. – Ali é apenas o começo das Montanhas Sombrias, e nós temos que achar um meio de atravessá-las, ou passar por cima ou por baixo delas”.

E assim poderíamos continuar por toda a vida, comentando sobre histórias tradicionais ou modernas, observando os mitos e as lendas, bem como suas histórias morais, que estão intimamente relacionados com a Fantasia que apresenta conceitos e modelos para a origem de cada criança e adulto, cada situação e, até do próprio mundo.

E é assim, de uma maneira sublime e indireta que os contos de fantasia se relacionam e conversam com nossos problemas e conflitos interiores nos fornecendo percepções profundas que sustentam a humanidade nas longas vicissitudes de sua existência. E essa é a nobre tarefa, uma herança que normalmente não é revelada para as crianças porque mesmo os adultos não conseguem acessar esse conceito de forma simples e direta.

Por exemplo, uma história de fadas poderia abordar um conflito interno de forma simbólica e sugerir possibilidades de como resolvê-lo. Enquanto isso, seu tema embalaria a atenção de todos de forma majestosa, transmitindo o seu sentido através de heróis imortais, deuses ou criaturas místicas que fazem solicitações e oferecem presentes aos simples mortais.

No entanto, por mais que queiramos ser como esses heróis, sempre seremos inferiores a eles pois nos contos de fantasia os personagens e situações narradas também personificam e ilustram conflitos íntimos, mas sugerem como esses conflitos podem ser solucionados e quais os passos a serem dados rumo à uma humanidade mais elevada.

A vida real pode não funcionar dessa maneira, mas é através dos contos de fantasia que o herói, ou heroína, sempre alcançam o final feliz, criando assim um momento e um motivo para que a criança se identifique.

Tudo a sua imaginação então é protegida e alimentada por esse final feliz. Dando espaço então para que os obstáculos, sejam apenas mais um motivo para as crianças encontrarem um valor para a superação e o amadurecimento.

E é por isso que devemos ler histórias de fantasia. Por esse tipo de literatura é o que mais ajuda no desenvolvimento infantil no que se refere aos aspectos, cognitivos, psíquicos e motores, criando assim aquela fagulha necessária para a formação dos valores bem como o movimento inicial do motor que proporciona o desenvolvimento infantil.

Além disso, nada melhor do que uma velha história de fantasia, independente de que roupagem assuma, para rejuvenescer a mente e aquecer a alma de todas as idades. Não é?

Sendo assim. Pense profundamente e responda.
Qual história de fantasia você vai ler hoje?

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